Como é possível uma pessoa praticar o ódio enquanto pensa estar fazendo o bem? Como crueldade, negligência e falta de empatia podem ser racionalizados como atitudes de bondade, cuidado e até heroísmo?⠀
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Há décadas psicólogos refletem sobre a destrutividade humana. O que leva um ser humano a odiar o outro e ainda não se reconhecer como odioso? Todos nós, em nossa história de desenvolvimento, passamos por situações onde lidamos com a experiência da destrutividade. Seja o ódio mortal por uma mãe que nós frustra ao mesmo tempo em que dependemos de seu amor para sobreviver, ou um pai que ao mesmo tempo nos enaltece e nos faz questionar o nosso próprio valor. Até certo ponto, essas dinâmicas fazem parte do universo subjetivo de uma criança em desenvolvimento. Mas eu diria que em termos de um adulto que se torna odioso, um requinte de violência real perpassa sua história. O “tolerável” de frustração e raiva não manejada num desenvolvimento saudável é extrapolado, gerando uma experiência de ódio não integrada na personalidade. ⠀
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Isso é visto por exemplo na paranoia. É a tendência desse padrão dividir o mundo entre bem e mal, e se colocar como “todo bom” enquanto o mal está lá fora, uma ameaça constante, e precisa estar armado (às vezes literalmente) para enfrentá-lo. O mal como um reflexo da própria destrutividade não trabalhada, não reconhecida, não integrada gera um mundo ilusoriamente simplório, de soluções mágicas, céu e inferno bem demarcados e muito pouca capacidade de auto-reflexão.⠀
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Comumente, o contexto social dá elementos para se instalar a projeção dessa destrutividade não integrada. Vemos isso no racismo, e eu diria que o ódio racial é quando a própria destrutividade subjetiva, fruto das distorções e traumas de desenvolvimento de uma pessoa, ao invés de se integrar na personalidade é projetada em toda uma parcela da população, dentro de um critério racial. ⠀
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Conhecer a própria destrutividade é mais que ter a compreensão intelectual dessa dinâmica, é trabalhar a carga agressiva latente e se reapropriar desses conteúdos. Mas se “o mal está no outro”, dificilmente alguém assim busca ajuda. Como mostrar um espelho para quem só vê o que quer?
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Ugo Luna
Psicólogo Clínico – Psicoterapeuta Corporal
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