“Uma palavra ou imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato…Quando a mente explora um símbolo, é conduzida a ideias que estão fora do alcance da nossa razão” – C.G. Jung
Símbolos são a linguagem natural do inconsciente. Mas os símbolos também permeiam nossa vida consciente, na forma que nosso mundo externo está cheio deles. Símbolos repercutem e enviam uma mensagem que tem o potencial de nos afetar nas mais diversas camadas do nosso ser, desde uma percepção consciente a reverberações inconscientes.
Recentemente, tive o prazer de testemunhar e partilhar do trabalho de meu amigo designer Frank Volkmer na criação de um símbolo que me representasse. Frank, um mago intuitivo dos símbolos, que se coloca perante a sociedade como designer, fez um excelente trabalho que repercutiu em mim de forma muito profunda.
Fico imaginando o desafio de criar um símbolo para um psicólogo que se especializa no trabalho corporal. Mas não só um psicólogo, mas este que voz escreve, que integra tantos interesses e inspirações em sua forma particular de trabalhar.
Nesta jornada, Frank começa se atendo ao meu sobrenome em busca de inspiração. Luna, além de “lua” em espanhol, tem sua origem no latim, significando iluminação e receptividade. Lua também remete, ao fluxo das emoções em diversas fases e ciclos, além de ser uma inspiração ancestral para a imaginação humana. A lua cheia, redonda, se torna inspiração para a base circular do símbolo.
A ideia do círculo também se aproxima aos diferentes símbolos de totalidade encontrado nas tradições orientais, as Mandalas ( que –pasme- quer dizer círculo em sânscrito). Mandalas são compreendidas no oriente, com destaque para as tradições de budismo tibetano, como formas que representam de maneira simbólica a ideia de totalidade e integração, e são utilizadas muitas vezes como ferramentas de meditação. Achei muito perspicaz da parte de meu amigo designer se inspirar na ideia da mandala, sendo símbolos importantes na psicologia de C.G. Jung e nas tradições orientais, ambos os campos da qual tenho interesse e conhecimento.
“Mas o que são aqueles semi-círculos em zigue-zague que formam a mandala?” você pode estar se perguntando. Trata-se de um símbolo dentro do símbolo, basicamente! Estes dois semi-círculos conectados pela ponta que formam a estrutura da mandala são um símbolo por si só, e não qualquer símbolo, mas o símbolo da Análise Bioenergética como criado por Alexander Lowen. Ao observar este símbolo de forma isolada, é possível compreender suas nuances. É um símbolo que busca remeter a integração energética entre a parte superior e inferior do corpo humano, um conceito profundamente bioenergético. É um lindo símbolo por si só, que ao ser conectado a uma mandala, parece remeter a corpos de conectando e integrando, consigo próprios e entre si. Sugere também a possibilidade de trabalhos de grupo em bioenergética, um campo de atuação que muito me atrai.
Por fim, o mais chamativo: as cores! Do cinza, ao amarelo e vermelho: representam a miríade de emoções e sentimentos que surgem naturalmente na terapia. Todas as emoções são bem vindas, e cada emoção ajuda a outra a entrar em circulação. Talvez esta possa ser a ideia do movimento em sentido-horário que a mandala parece sugerir: sentir gera movimento.
Foi uma experiência muito rica acompanhar o processo criativo de um designer, e é impressionante como tem muito de psicologia neste trabalho! Não poderia ter ficado mais satisfeito em ter meu trabalho ser representado de forma tão profunda e rica! Espero que vocês tenham gostado e convido vocês a conhecer o trabalho deste designer tão inspirado!
Ugo Luna
Psicólogo Clínico – Psicoterapeuta Corporal
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