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Estendendo as mãos – Reaching Out: Se Abrindo ao Outro, Se Abrindo ao Mundo

Ugo Luna - Análise Bioenergética | Psicoterapeuta Corporal

“Como os pais são a fonte natural de alimento, contato e estimulação sensória que a criança necessita… o padrão biológico normal … é que bebês e crianças enxerguem seus pais como uma fonte de prazer e busquem por eles com amor…” – Alexander Lowen

Não há como: somos todos sobreviventes.  Todos nós carregamos uma criança ferida dentro de nós.  Nosso impulso primal de buscar por contato e amor, como num fluxo contínuo da energia de nosso núcleo vital em direção ao mundo, é desde cedo frustrado (em alguns casos totalmente podado), e num gesto de sobrevivência que raramente temos acesso consciente, precisamos nos fechar, e criar uma camada protetora diante de nossas feridas latentes.  Por mais que no nosso estado de consciência do dia-a-dia não tenhamos acesso a historia particular de nossas feridas e marcas de guerra emocional, nosso corpo se lembra.  Ele sabe, pois nele o conflito continua a ser vivido, e nos tornamos seres divididos, defendidos de nós mesmos.

Claro, precisamos de nossas defesas; sem elas não funcionaríamos nem existiríamos na realidade do mundo.  Mas estas defesas, quando rígidas demais, não permitem o contato real com a nossa vida emocional profunda.  Tornamos-nos rasos, seres de sentimentos superficiais, vivendo através de imagens e compensações.   Compensamos e atuamos para não fazer contato com nossa criança ferida, e por nos anestesiar de nossas feridas não conseguimos fluir novamente. 

Escondido por trás de uma agressividade desmedida, uma impulsividade, um medo crônico da vida existe uma criança desamparada que busca se reconectar à simplicidade do reconhecimento do amor do Outro, para que a vida em seu corpo possa voltar a fluir novamente.

A criança em nós pode ter sido frustrada, mas o adulto em nós pode aprender a cuidar desta criança e ensiná-la novamente a alcançar suas necessidades, mas agora suportando e se regulando diante dos limites da realidade adulta.  Voltar a fluir à partir da necessidade de nossa criança, através da sabedoria e maturidade de nosso adulto.  Assim é o caminho bioenergético. 

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