O último século foi atravessado por uma série de revoluções no âmbito da sexualidade. Desde a visão sexual de Freud, a invenção da pílula e o movimento hippie, avançamos (e muito) na forma que entendemos nossa expressão sexual. Porém, vale a pergunta: ainda somos reprimidos sexualmente? ⠀
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Na visão bioenergética, existe uma diferença entre atuação e repressão sexual. Quem atua sexualmente não necessariamente está livre de repressão. Dito de outra forma: ausência de repressão sexual não tem a ver com a questão “quantitativa”, e sim “qualitativa”, na profundidade da experiência sexual. ⠀
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O que seria repressão? Vivemos numa cultura que ao mesmo tempo hiperestimula e reprime a sexualidade, e ambas as atitudes deixam uma marca no corpo. A estimulação precoce da sexualidade produz uma carga de excitação no corpo da criança, que não tem a devida estrutura física e emocional para dar sentido e contorno a essa carga. A criança se vê assustada, sendo forçada a tencionar e enrijecer seu corpo para conter e ter algum controle sobre esse fluxo de excitação. Por outro lado, se a exploração natural da sexualidade e do prazer corporal da criança é recebida de forma agressiva, punitiva ou culpabilizante no seu meio, pode gerar o mesmo efeito de bloqueio da excitação corporal. Inconscientemente, a excitação prazerosa intensa se torna associada ao medo, forçando uma anestesia geral do corpo, especialmente da pélvis. ⠀
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O que resulta desse processo é uma perda de sensação e bloqueio afetivo. Há formas de compulsão sexual que surgem dessa forma, pois a anestesia corporal leva a uma necessidade maior de estímulo para “sentir algo”. Quando há medo da excitação, há bloqueio e necessidade de controle. São tensões inconscientes no corpo que a nível psicológico atuam como defesas: evita-se o contato real, emoções profundas e abertura ao outro. Inconscientemente, entrega se associa a reviver a experiência de medo da excitação. ⠀
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Trabalhar a própria repressão é buscar uma expansão da carga sexual que nos aproxima de nosso eu animal, de nossa capacidade despretensiosa de fluir com as sensações e emoções do corpo. Sexo deixa de ser uma performance e se torna uma comunhão com a natureza.
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Ugo Luna
Psicólogo Clínico – Psicoterapeuta Corporal
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