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Qual o seu medo?

Blog Ugo Luna

O medo tem se tornado uma experiência cotidiana para muitos em tempos recentes. Mas que medo é esse que estamos falando? Qual o “seu” medo?⠀

Certas emoções básicas existem como funções evolutivas que apoiam nossa sobrevivência. Medo, neste sentido, é uma reação saudável e primitiva que apoia nosso estar no mundo de forma cuidadosa, visando a integridade de nosso organismo. Um medo básico, associado a certas sensações no corpo, que nos permite sentir nossos contornos e nos poupar diante de certos riscos. ⠀

Algo que noto nestes “tempos pandêmicos” é como o medo é vivido subjetivamente. Apesar dessa programação básica que há em nós para um medo saudável, como um instrumento para o cuidado de si, há aquele medo que, a partir desse, é singularizado em nossa história e registrado em nosso corpo advindo das diversas falhas em nosso amadurecimento. A experiência do medo é muito particular, como uma força que nos põe diante das fragilidades que vivemos em nossa história infantil que carregamos até hoje.⠀

Escrevi em outras postagens sobre como estados onipotentes levam ao risco de uma ausência de medo, uma anestesia de si. Aqui busco elaborar como um contato saudável com o medo pode levar ao autoconhecimento.⠀

Você deve ter notado nas pessoas ao seu redor: há um espectro que vai desde aqueles que beiram um estado de pânico hipocondríaco até aqueles que lidam com a ameaça do vírus como se fosse “uma gripezinha”, uma mera inconveniência. Entre esses extremos, uma variedade de formas de viver o medo.⠀

A forma particular que o medo se manifesta na vivência subjetiva de cada um é uma pista do tom particular de desamparo que uma pessoa carrega em si. É o “seu” medo, e é importante que você escute o que ele tem a dizer. É um convite a se apropriar dos próprios traumas, para que eles não voltem nos momentos de maior fragilidade, como em situações de crise como a que vivemos. ⠀

Conectar os pontos da vivência atual do medo com a própria história é extrair força do desamparo, um convite para resgatar o medo como uma experiência que nos equilibra. Medo como aliado, não como algoz: resgatar no medo a coragem de amadurecer.

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